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Valete – Hip-Hopper de valor, ou apenas mais um racista

Fevereiro 19, 2008


Este artigo faz parte do Portugal livra-te do Bling

Inúmeras vezes, em textos meus sobre hip hop, me foi dito que eu estava a criticar membros deste movimento, mas que quem era realmente bom, que tocava lá no fundo, era um tal de Valete, que eu provavelmente nunca tinha ouvido falar. A verdade é que nunca tinha ouvido falar, fora as milhentas vezes neste blog em que o referiram como génio, até um dia em que fui conduzido por amigos até ao myspace deste cromo, ups artista, por causa de um som de hip hop, que não é música como é óbvio, que este tinha feito sobre o Paulo Bento.

Aproveitei depois para clicar numa outra faixa dele, só para ver o que era o tal poeta urbano, o grande Valete, e ouvi até ao fim. Sim foi custoso, mas ouvi. A letra deste grande letrista, fica aqui devidamente comentada, em partes claro, para quem quiser perceber o quão genial é este senhor. A faixa chama-se Quando O Sorriso Morre.

Mano, sorri equanto a vida corre porque um africano morre quando o seu sorriso morre.

ok… Rima de morre com morre… genial…

O colonialismo acabou Independência Os tugas ja se foram bro A terra é nossa.

Mais um verso sem dizer nada de jeito, mas agora com a genial rima de Acabou com Bro. Este é mesmo um génio da língua. Falta é saber qual, pois Português… duvido.

Vê como a terra fica mais formosa Vestida de negro Sem esses tons palidos a destoar nas nossas roças.

Bem, realmente os portugueses são racistas, e isso é o tema central de inúmeras letras de hip hop. Claro que dizer que os tons pálidos a destoar as roças dos africanos não é racismo anti-Caucasianos. Se fosse no entanto um Caucasiano a dizer “Agora a Serra de Sintra sem tons negros em Queluz era mais bela”, era racismo puro e duro. Sem comentários.

Vê como as crianças Agora correm sem destino Vê como o povo Agora não poupa sorrisos.

Crianças sem destino, o povo não poupa sorrisos. Bem parece que a vida melhorou por lá, para sorrirem mais. Mas não percebo muito bem o que tem de bom andar sem destino, fora num ocasional desvario para divertir, mas ok..

Já não ha empregos Médicos nem professores Não ha quadros formados Não temos doutores. (nada) Não ha comercio, não ha serviços Não ha nada Os tugas bazaram Deixaram toda a gente condenada. Desempregada…

Mas não era tudo melhor? Pronto, mas por estas frases parece que o senhor Valete gostava do colonialismo, pois tudo era melhor quando ele era vigente. Mas devia ser outro colonialismo, visto os Pálidos como ele os referia, destoavam na sua terra.

O Colonialismo acabou Por isso não ha azar Os tugas ja se livraram Dos Caetanos e Salazares

Ok. Parece que já se contradisse outra vez. Afinal o colonialismo era mau. Mas apenas fomos colonialistas com Caetano (ele chegou a ter alguma politica colonial ou apenas herdou a Salazarista?) e Salazar. E já nos livramos deles. Claro que este senhor não deve conhecer os planos coloniais de Norton de Matos, ou por exemplo do primeiro Presidente a seguir ao 25 de Abril, o Marechal Spinola. É que o plano federalista dele é considerado por muitos entendidos como colonialista. Mas pronto, já vi que inteligência e cultura não imperam nesta letra. Ao contrário de contradições.

Passada história Eles são nossos amigos agora Emigra para Portugal E começa uma vida nova Aquilo é europa Lá todos vivem bem Sai desta miséria Vai e tenta ser alguem Trabalha, poupa dinheiro Faz disso lei E depois volta para a terra rico Para viveres como um rei

Primeiro critica os portugueses, mas de repente somos todos amigos. Mas claro, vem para Portugal trabalha e poupa dinheiro. Isto foi a lógica da vaga de imigração, que sem dúvida são trabalhadores, ao contrário de grande parte da segunda geração que já nasceu cá. E levar muito dinheiro para viver como Rei, ou seja não trabalhando e metendo outros a trabalhar por ele, não é uma forma de colonialismo? Hum… vir para Portugal, para depois voltar à terra dos seus pais, para ser lá colonialista, não é colonialismo.

O colonialismo acabou… O colonialismo acabou… O mundo é teu Não sejas refem

O mundo é teu, não sejas refém. Ok, isto diz muito, é daquelas coisas que a malta começa logo a meter em msn e afins. Mas que raio quer dizer isto? Na prática, nada, apenas uma frase feita.

Isto é Lisboa Não ha sol todos os dias Muito cimento Flora só em fotografias

Eu acho Lisboa uma cidade muito bonita, e até com alguma flora. Mas quem não está bem, que se mude.

Tens compatriotas a construirem vilas que eles que eles chamam ghettos Vai viver ao pé deles Eles têm os teus enrredos

O que significa enredos aqui? Segredos? Não sei, mas de todas as coisas possíveis foi o que me pareceu mais plausível, entre os significados de enredos. Isso ou artifício. Ou então ele tentou usar uma palavra que não conhece…

Tugas dizem Que não podes ter outro desenlaçe Para além dos trabalhos precários Porque só tens a quarta classe

Não deixar pessoas terem melhores empregos, pois não têm estudos nem habilitações para tal. Realmente, que maus. E fique aqui ciente que estamos a falar de gente jovem, nascida com ensino obrigatório e gratuito até ao 9º ano pelo menos. Em gerações anteriores esse patamar era a 4ª classe, logo outros parâmetros seriam de contabilizar, não este.

Mas a maioria dos tugas Tambem só têm a quarta classe Diz-lhes que na época colonial Eles não queriam que tu estudasses

Bem, e que tal seguir aqui um pouco investigando a vida deste senhor Valete. Passando a citar parte dela: “Sou filho de São Tomenses. No fim dos anos 70, os meus pais vieram para Portugal. Meu pai veio estudar Engenharia Electrotécnica com uma bolsa de estudos e trouxe também a minha mãe.”. Ou seja, realmente este senhor sabe bem o que é não quererem que se dê ensino aos seus familiares. Coitado.

Diz-lhes que eles so queriam os pretos Para mão de obra escrava Os putos sonhavam em ser doutores Mas o sistema desinsentiva-va

Pois, realmente. Nem conseguía trazer para Portugal e lhes dar bolsas de estudo para estudar Engenharia Eletrotécnica. Se calhar não quererem fazer nada e passar a vida a usarem desculpas para não terem de se comportar dentro de uma sala de aula, insultar outros colegas, funcionários e professores, e faltarem a aulas sistematicamente, é culpa do sistema.

Não stresses Vai trabalhar nas obras E vê se não dormes tarde Porque tens que acodar a horas Entras as 7 horas Sais quando o sol se ausenta Vais para a tormenta diaria Que todo o africano enfrenta Para carregar centenas de tijolos E baldes de massa Levantar vigas man Como é que o teu corpo aguenta?

Não são só Africanos que passam isto, e muita gente o fez e faz. É uma profissão tão necessária como qualquer outra. Agora tentar meter isso apenas como pena dos africanos… E sim, é um trabalho duro. Conheço muitos pais que tiveram esse trabalho, e têm, e que o fazem, e se esforçam ainda mais, para que os seus filhos possam ter uma profissão mais suave. Admiro essas pessoas. Agora não se tente é fazer disso apenas profissão de africano.

Aguenta.. porque tu não podes ter outro trabalho Os patrões sabem disso E quando lhes apetece nem pagam salario

Sim, existem muitos patrões sem escrúpulos que se aproveitam de trabalhadores ilegais no país para não lhes pagarem. Para mim deviam ser punidos fortemente. E também sou contra emigrantes ilegais, como qualquer outra ilegalidade. Logo aqui é pena dupla. Porque a trabalhadores legais, se não forem pagos, é ir tratar disso com a justiça.

Colonialismo acabou… Quando a luz Quando o sonho Quando tudo vai Quando a chama Quando a força Quando tudo cai Só te sobra O sorriso Tu e mais ninguem Acredita O mundo é teu Não sejas refem

Mais tralha sem grande sentido, mas a puxar ao parece bonito e inteligente, mas apesar de tudo completamente oco.

Nem tudo é mau Olha como as tugas adoram-te Susurram que és robusto Só com o olhar devoram-te Vai e tenta conquistar Essa ida a mercearia Ela fica sem jeito Sempre que lhe das bom dia

Bem, temos aqui garanhão. Sim, porque não vou olhar para o lado dele dizer que a sua raça seria superior, pois isso seria racismo.

Pediste-lhe para sair Ela disse “Jamais” Estranhaste porquê? Tu és preto, não sonhes alto demais Manca-te Fica aí com a tua compatriota Casa-te com ela, tem filhos E vê se segues a tua rota Tu és preto man Manca-te…

Calma. Então o africano irresistível, que elas queriam comer a qualquer custo, afinal leva uma nega? Contradição? Porque se ela fica assim tão apaixonada, como recusa tão facilmente. Se calhar o senhor Valete pensa que é garanhão, mas no fundo não passa de um acumulador de negas…

Para mim chega, o Valete ainda continua pois mais umas estrofes, mas sinceramente, já me chega de escrever sobre isto. De tal quantidade de racismo e preconceito, vindo de quem se queixa disso mesmo, e contradições atrás de contradições. Isto aliado a uma qualidade versal horrível, harmonias por trás sofríveis, e mania de que está a conseguir algo de genial.

Meus senhores, se é este o vosso Valete, que é o grande Hip Hopper underground tuga, cheio de qualidade, letras profundas e sentimento, cresçam um bocado, e comecem a ler coisas de qualidade, a ouvir verdadeira música.

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De regresso, alive and kicking

Fevereiro 19, 2008

Bem, estou de volta. Não escrevia nada para este blog desde Maio de 2007, mas sempre tive em mente o reactivar mais tarde ou mais cedo, até como complemento mais livre e descomprometido do meu novo A21.

Como tantas vezes nos artigos que aqui escrevi sobre basofes, tunners, e coisas do género, resolvi relançar este blog também com uma campanha, aberta a todos os que quiserem participar, denominada “Portugal livra-te do bling!”. Que podem ver aqui.

Espero que ainda alguns me tenham aí na lista de feeds, mas de qualquer forma, voltei.

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Uma greve original

Maio 31, 2007

Com mais uma greve passada, desta feita teoricamente geral, tenho de honrar a minha palavra e admitir que desta vez me enganei. Não foi pelo facto de ser mais uma greve que não trouxe nenhum beneficio pelo qual foi anunciada, ou seja reevindicações políticas. Também não foi o facto de que funciona quase exclusivamente para o sector público, pois na prática mais uma vez apenas estes fizeram greve, fora raras excepções. O caso é outro, e bem mais estranho: não foi na vespera de um feriado, nem numa segunda ou sexta-feira. Chocante.

Sim, por incrível que pareça desta feita não foi um fim de semana prolongado, nem uma ponte sacada de maneira estranha. Foi mesmo um dia de descanso não remunerado a meio de uma semana.

Claro que para muita gente, bem talvez não seja assim tanta pois o PCP cada vez tem menos apoiantes, isto foi uma forma de protesto duríssima para com o governo. Realmente deve ter sido, visto o nosso Primeiro-Ministro estava de urgência reunido com o seu gabinete para acompanhar a crise provocada por tamanho protesto. Espera lá, ele não estava na Rússia a fazer jogging para os jornalistas verem?

Bem, mas numa coisa a greve funcionou, complicou a vida de quem quis trabalhar, e activamente tentar aumentar a produtividade deste país. Sim, porque por incrível que pareça, ao trabalhar mais, e especialmente melhor, aumentamos a produtividade, e consequentemente a economia. Algo que por acréscimo, e a longo prazo aumenta o nível de vida e remuneração dos habitantes deste rectângulo à beira mar plantado.

Mas o que mais gostei foi o assumir público de que isto ia ser um dia de folga em vez de um dia de protesto. Sim, porque quando se marca uma greve geral com pompa e circunstancia, mas nem sequer se dá ao trabalho de fazer uma manifestação, é claramente dizer que estão apenas a tirar um dia de folga.

Ou será que o meu olhar marciano não viu as pessoas a ficarem nos seus postos de trabalho mas em protesto, enquanto todos os outros as viam?

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Gato com piada, ou afinidades politicas

Abril 8, 2007

Eu sou um confesso fã da série Gato Fedorento, e já disse muitas vezes que acho que o novo programa é para mim o melhor deles, onde explanaram toda a sua genialidade. E desde que eles vieram para a RTP, e se tornaram cabeça de cartaz da PT-Comunicações, que se tornaram figuras públicas com um poder muito invejável. Mas será que por isso qualquer piada que eles façam é boa, ou mais ainda, será que qualquer atitude que eles tomam é boa? O que quero falar é deste cartaz:

Cartaz do Gato Fedorento

Alvo de ruidosas criticas de “internautas” ligados à extrema direita, e que tinha como alvo o partido mais falado desse mesmo sector político, tornou-se imediatamente motivo de exacerbada felicidade de inúmeros políticos de secretária, e de muitos políticos profissionais. Logo depois quando foi mandado retirar, por falta de licenciamento do mesmo, foi um chorrilho de pessoas a questionarem a Câmara de Lisboa, havendo até quem chamasse a autarquia de xenófoba.

Mas o que tem este cartaz de especial, e que pontos positivos e negativos se encontram nele?

Positivos:

  • Tenta mostrar que a sociedade Portuguesa não é no seu todo racista e xenófoba, e que até tem boa vontade para os emigrantes, ao ponto de gastar dinheiro para tentar fazer passar um cartaz politico pelo ridículo.
  • Ter sido feito com humor.

Negativos:

  • Ter sido feito por um grupo que não é politico, tecnicamente, visto o seu membro de maior destaque aparecer em inúmeros comícios do Bloco de Esquerda (na plateia), e raramente falarem mal de partidos da extrema esquerda.
  • Ser o primeiro cartaz do género feito por estes humoristas, e sem qualquer objectivo (ou seja não tem qualquer referencia publicitária), fora o de ridicularizar um partido politico, que quer gostemos ou não é perfeitamente legal.
  • Ser ilegal.
  • Desrespeitar o Nacionalismo (que pode ver-se em qualquer dicionário que não é necessariamente algo xenófobo). Pessoas de bem dizem-se nacionalistas em vários sectores da politica, não quer dizer que tenham tendências fascistas.
  • Ser xenófobo. Sim, quando se diz que com um qualquer povo não se vai lá, está-se a ser xenófobo. Se se é parte do próprio povo a que se dirige a xenofobia, não se torna menos xenófobo. Exemplo: Hitler é, segundo muitos historiadores, de origem judaica. Isso não torna as suas politicas e ideologias não xenófobas para com os judeus.

Claro que as pessoas não ligaram e fizeram a festa. Porque? Porque estavam a chatear um sector da sociedade que fica bem dizer mal, sem pensar. Sim, eu considero o PNR um partido, e um partido perigoso, mas não pelos motivos que as pessoas tentam fazer. Tentar ridicularizar uma ideologia, ou apenas dizer que é má, só vai fazer com que mais gente pense que apenas os estamos a impedir de ouvir esse lado. E digam o que disserem, qualquer partido que aponte a emigração como um problema, num país onde ela praticamente não tem controlo, e aponte para as estatísticas de desemprego, terá pessoas dispostas a ouvir, e até a votar neles.

As poucas vozes dissonantes desta opinião geral sobre este cartaz, apenas referem o facto, muito interessante, de que foi um facto único. Se se tornar regular, deixará de ter o caracter partidário que tomou. Se começar-mos a ver as propostas do Louçã de impedir os policias de giro andarem armados (que já o fez por duas vezes sem nunca ser alvo de critica pelo Gato Fedorento), caricaturadas em cartazes do Gato Fedorento, retiro o que disse. Sim, mas só se os cartazes forem legais.

Citando o Diácono Remédios (do tempo em que o Herman fazia coisas com sentido): O artista é um bom artista, mas não havia necessidade…

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Comentários Comentados II – O ataque da basofe

Abril 1, 2007

Bem, uma rapariga bem intencionada, autodenominada basofe, resolveu-me criticar abertamente, por eu não ter dito bem da sua excelsa classe. Vou comentando o que ela me disse, que acho que merece resposta.

n sabm o ké e hip hop? entao nao falem pah…

Hum… Ok. Não eram os basofes que defendiam que a liberdade devia ser total, anarquia ao poder e o outras coisas? Mas só para falar do que se sabe? Então todos eles deviam deixar as suas declarações politicas, anti policia, e pro legalização da droga para outros, porque disso não percebem rigorosamente nada.

epah ve-se mem k kem escreveu est post n tá por dentro da realidade…
1 konselho pa kem orienta esta porra d site, muda d assunto e n voltes a bater na tekla dos “basofes”, “xungas”, “hip-hopper’s”!

Ok, o gajo que orienta a porra do site, não está apenas a falar deste assunto. Se só viste esses artigos, tenta procurar mais. Às vezes ver as coisas com os olhos bem abertos ajuda.

dvs ser filhinhu d’1 papá riko hó o krlh…akorda pa vida…até aposto kntg 1 bolsa lakoste k t vestes kom tifossi…

Merda… Eu não gosto nada de dizer palavras menos próprias neste espaço, mas num caso como estes teve de sair. Porque? Porque os meus pais são simples empregados (dos quais me orgulho muito), e não tenho nenhuma peça de roupa Tifossi. Ou seja acabei de ganhar uma daquelas bolsas Lacoste fuleiras. Estou em choque.

alias tu devs é fazer parte dakele grupo maravilhoso…os EMOS, ya akeles otarios k n têm personalidade propria….k n enkontram stilo, vestidos às riskas e kom alts gravatas dsapertadas (normalmente vermelhas), simulam suicidios e têm hi5’s inteiros kom fotos à beira d abismos ou kom fakas apontadas e kom akela frase purreira “morrer é renascer”…epahhh isto sim é merda…isto sim é 1 aberraçao da natureza…

Ponto 1: Não faço parte de grupo nenhum, mas desses tais de emo’s não mesmo. Até porque tenho uma atitude muito forte contra suicídio, mas pronto.
Ponto 2: Gravatas às vezes tem de ser, mas por acaso ainda não tenho nenhuma vermelha. E raramente ando com ela sem ser num fato, ou no traje académico, logo não parece encaixar.
Ponto 3: Camisolas de riscas… Sim tenho uma! É verde e branca, de riscas horizontais, e tem um leão rompante em amarelo sob escudo verde. Serve?
Ponto 4: Não gosto de hi5, e isso do morrer é renascer, é emo ou apenas uma citação cristã? Ou mesmo budista.

kanto a basofes…lava a boka pa flares deles, pk krias tu ser digno da sua kompanhia!

Hum… Queres mesmo a resposta sincera a se eu queria ser digno da sua companhia? E quanto a lavar a boca, não o faço para falar de basofes, até porque as palavras não sujam, mas tenho o hábito de lavar os dentes ao acordar e após cada uma das refeições. Devias fazer o mesmo.

BASOFES e HIP-HOPPER’S ao poderrr….

Se com os governos que temos tido isto está como está, penso que com isso seria pior que os governos PCP do PREC…

vao se foder…seus otários d BETOS e EMOS*

Ok… não me é dirigido isto, mas parece que tens muita raiva dentro de ti. Tenta praticar algum desporto, pode ajudar-te a descontrair.

basofes rullezzzz
halla* (a gente enkontra-se)

Halla??? Isso é basofiano? O que significa em Português?

Mas continuo aqui marcianamente em choque… Nem me quero lembrar que ganhei a porra de uma bolsa da Lacoste…

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Dr. Gregory House, ou um médico português de nome Gregório Casa?

Março 24, 2007

O Doutor Gregory House invadiu tão depressa Portugal, como tantos outros pontos do mundo. O seu génio lógico e quase espartano, faz-nos gostar dele, pois apesar de todos os defeitos que tem consegue ser eficaz naquilo que faz. E até tem um sentido de humor sarcástico bastante engraçado. Como acharam que o senhor era positivo, os portugueses não podiam deixar de dizer, que ele é precisamente o oposto de nós, e o que nos fazia falta.

Realmente, tudo nele é diferente do que o Português mais falado pelo estrangeiro é. Ele é frio, e quase cínico. Tem mau feitio, e pensa que tem sempre razão. Até é grisalho e anda sempre com a barba por fazer. E quase sempre, ganha. Realmente ele é completamente diferente do Mourinho. Sim, já cheguei a pensar várias vezes se Hugh Laurie, britânico, se inspirou no Mourinho para alguma da sua interpretação do Dr. House. Felizmente não se inspirou no sotaque por certo.

Mas vejamos o modo de actuar do House, e de um Português típico.

Quando pedem algo ao House que ele não tem vontade de fazer, ele resmunga, e faz as coisas amarguradamente. O português típico, também.

Quando as coisas não lhe correm bem, recusa a aceitar que é por sua culpa, e teima que tem razão. O português típico, também.

Raramente à partida faz o mínimo de ideia sobre a solução para um problema, e vai experimentando coisas, falhando inevitavelmente imensas vezes antes de finalmente acertar. Não vos faz lembrar um bom velho Português?

Será que é assim tão diferente de nós?

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Campanhas, perguntas, e poucas respostas…

Fevereiro 3, 2007

As campanhas eleitorais foram inicialmente desenhadas para atrair pessoas a votarem de acordo com quem cria a campanha. Faz sentido, e normalmente deveria ser assim. Depois passou-se à fase de tentar ridicularizar a imagem da posição oposta. Neste momento com a campanha para o referendo sobre o aborto, só me fazem pensar que na melhor das hipóteses estão a tentar ser menos ridículos que os adversários. E se é isso estão a falhar redondamente.

Cada vez que oiço a campanha do “Não” fico com vontade de votar “Sim”, e cada vez que oiço a campanha do “Sim” fico com vontade de votar não. E o pior é que raramente oiço tentativas de respostas para as perguntas que me fazem pensar mais seriamente sobre o meu voto. Não vou dizer aqui a minha intenção de voto, até porque ainda está indifinida e pelo que disse em cima cada vez mais a caminhar para um voto em branco, mas quero deixar algumas perguntas, que quem quiser pode responder, ou apenas reflectir.

Para quem fala no não:

  • A maioria diz realmente que não deve ser criminalizado o aborto, apesar de discordarem com a sua liberalização. Que tipo de punição, ao passar a contra ordenação em vez de crime, sugerem. E como e quando legislar sobre isso?
  • Onde esperam ir buscar fundos para combater o aborto ilegal, de forma preventiva, e como?
  • O que fazer caso dentro de dez anos, ao contrário do que aconteceu nos últimos dez, o aborto clandestino estiver a aumentar de novo?

E para quem pensa votar sim:

  • O que acham que meses antes do referendo ser sequer anunciado, já empresas espanholas terem autorização do governo socialista para abrirem clínicas abortivas nas grandes cidades portuguesas, tendo até já comprado terrenos.
  • Num país em que as consultas médicas no estado são dificeis de arranjar a tempo e horas, e pior ainda as operações pior ainda, como pode o sistema público de saúde disponibilizar este serviço? E às custas de retirar médicos a que serviços?
  • Como prevenir que o aborto se torne apenas e só mais um metodo contraceptivo? É que muitas das respostas de jovens que se tem ouvido é que querem mais tranquilidade pois não gostam de tomar medicação regularmente, ou de “plástico”.

São apenas três perguntas para cada lado, que me fazem pensar, e que na maioria das vezes ainda não têm tido resposta. Infelizmente. Mas quem vê as coisas de um prisma marciano… sou eu.

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E quem melhor quer fazer, mata-se

Janeiro 5, 2007

O que de melhor se pode fazer para a espécie humana, se se for burro, ignorante e inapto? Segundo a Teoria da Evolução das espécies, formulada por Charles Darwin, é não procriar. Pois ao não passar à próxima geração os seus genes, a nossa espécie agradece. Claro que com base nesta premissa, e na sua versão mais absoluta de que matar seria mais fácil, já foi usada diversas vezes, com índole racista, para fazer coisas horríveis, sendo o caso mais conhecido o genocídio de Hitler. Mas não era de coisas dessas que vinha falar.

Um grupo de pessoas resolveu atribuir anualmente um prémio, ao qual atribuíram o nome Darwin Award, à pessoa que morresse num acidente provocado por um acto da sua própria estupidez. E porque premiar isso? Porque ao fazê-lo melhorou a espécie humana!

O vencedor deste ano vem do Brasil, e por favor, as hordes de brasileiras que vêm dizer mal de cada vez que eu digo algo menos bom de um brasileiro por favor comentem com mais juízo, onde um homem morreu vitima de uma explosão. Passo a citar o texto da vitória, em inglês. Sim, vou deixar o texto em inglês, e penso que a maioria dos leitores deste blog, senão a sua totatilidade, sabe ler inglês. Julguem por vocês mesmo, se foi um justo vencedor.

(August 2006, Brazil) August brings us a winner from Brazil, who tried to disassemble a Rocket Propelled Grenade (RPG) by driving back and forth over it with a car. This technique was ineffective, so he escalated to pounding the RPG with a sledgehammer. The second try worked–in a sense. The explosion proved fatal to one man, six cars, and the repair shop wherein the efforts took place.

14 more RPG grenades were found in a car parked nearby. Police believe the ammunition was being scavenged to sell as scrap metal. If it wasn’t scrap then, it certainly is now!

Bem, eu cá continuo a achar que o melhor corolário da selecção natural, é a prova de que o álcool faz bem. Porque se o alcool mata neurónios, mata primeiro os mais fracos. Logo melhora o conjunto dos mesmos. Mas isso sou eu, e o meu olhar marciano…

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Basofes do ano

Dezembro 26, 2006

Como sabem, ou deviam saber, o titulo de personalidade do ano já foi anunciada. E podem vê-la aqui em baixo.

Calma, não é apenas mais um basofe com mania de que é “MC”, mas sim o Youtube no particular, e a Internet no geral. Mas voltemos a este Basofe, ou como ele prefere, a este MC. O estilinho particular do senhor, é muito bem relacionado com tudo aquilo que referi nas correntes adolescentes, mas este vai um passo mais à frente e consegue criar uma das melhores rimas de sempre, e passo a citar:

Já fui muito gozado mas agora sou um MC respeitado

Isto é que é um MC respeitado? Os basofes respeitam isto? Bem, nem eu tinha tão má opinião dessa gente. Agora preciso é de uma opinião da maioria. Muitos veem aqui diariamente ao meu blog dizer bem ou mal dos basofes. O que dizem a eu alargar as minhas vistas, e a começar a analisar casos expostos das correntes adolescentes, e basofes por consequência, que abundam na net, e olhá-los sob um olhar marciano?

PS: Reparem na Lanterna da loja dos 300 que o senhor MC respeitado usa como micro…

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Ler a ouvir, ou apenas preguiça?

Dezembro 10, 2006

Desde que ouvi, faz já muitos anos, um relato de que no estrangeiro se ouvia livros, que fiquei chocado. Sempre disse para mim que ouvir umas cassetes com um gajo a ler o livro, em vez de o ler na realidade, era um tremendo acesso de preguiça. Quem raio se lembra de ouvir um livro. Música ouve-se, cinema vê-se e como é óbvio, os livros lêem-se.

Mas o mundo dá tantas voltas e mais uma vez fui sugeito a uma nova tentação. E mais uma vez provocada pela minha namorada. Na passada quarta feira após muita insistencia, resolvi saca, do site do autor e de forma legal, o conto The Price do Neil Gaiman, em formato audiobook. Como já era tarde, passei o ficheiro para o leitor de MP3, e pensei que no dia a seguir lá ouviria calmamente na minha habitual viagem de quarenta minutos de autocarro. Mas tentar escolher, antes das sete da manhã, entre uma boa leitura (nem que seja ouvida), ou mais quarenta minutos de sono, torna-se uma decisão difícil. Ao fim do dia, na viagem de volta, consegui tempo para experimentar esta nova forma de leitura, ou como lhe queiram chamar, e entretive-me ao som da voz do próprio Neil Gaiman.

Foi uma experiencia diferente, mas bastante agradável. Especialmente pela boa dicção do autor, e do ritmo algo lento a que ele leu. O conto em si era uma delicia, mas isso vindo de Gaiman não é novidade, a surpresa foi ao fim de ouvir aquilo, ter achado que era uma boa solução para a vida que vivemos hoje em dia. Falo dos audiobooks, não do conto em si, visto não gostar especialmente de gatos. Uma pessoa nos transportes públicos, ou nas caminhadas que faz no dia a dia, tem alguma dificuldade em arranjar espaço e tempo para ler confortavelmente. Eu já li dezenas de livros no autocarro, mas nem sempre se consegue abstrair de tudo o que está à volta, coisa que com um leitor de MP3 com o volume bem alto, se torna mais fácil.

Claro que nem tudo são rosas. Já adquiri alguns audiobooks no processo, mais especificamente o Hobbit de Tolkien, o volume 10 de Whell of Time de Robert Jordan, e o Heart of Darkness de Joseph Conrad, e nem todos têm a maneira de ler que mais aprecio. No caso do do Jordan, que estou a ouvir nas minhas viagens agora, a voz dos leitores americanos é muito mais rápida que a do Gaiman, o que me custou a adaptar. Mas as suas entoações, e pessoas de sexos diferentes conforme o ponto de vista das personagens, compensa grandemente.

Para quem quiser dizer bem ou mal, visite o site do Neil Gaiman, saque o conto The Price (seguindo este link http://www.neilgaiman.co.uk/audio/theprice.mp3), e digam de vossa justiça. Nem todos os olhares marcianos têm de ser lidos, se calhar até um dia vão ter o Olhar Marciano lido, por mim…